Inicialmente, o
C.C.G. não possuía estádio próprio. Por meio de um acordo especial com o
Conselho da Cidade, o clube passou a utilizar o estádio do Conselho, o Parade
Ground, para treinar e realizar partidas. Dificuldades, no entanto, apareceram
entre o Clube o e Conselho, principalmente no tocante a quem seria responsável
por manter e preparar a arena – particularmente para os jogos
intercoloniais.
Tais dificuldades
fizeram com que o C.C.G. adquirisse seu próprio campo, comprando e desenvolvendo
um pedaço de terra. A nova facilidade logo substituiu o Parade Ground como o
principal local para todas as partidas de primeira classe de cricket, começando
com dois jogos entre a, então, Guiana Britânica e Barbados em setembro de 1887,
onde o time da casa venceu com 108 corridas e seis wickets
(espécie de equipamento utilizado no jogo de cricket).
A partir de 1960
outros locais, como o Rose Hall em Berbice, também começaram a ser usados para
jogos de primeira classe. Bourda, no entanto, permanece como o único lugar para
testes de cricket, jogado pela primeira vez em 1930.
A longa história
dos jogos de primeira classe e do teste de cricket no estádio tem se
destacado pelas numerosas e brilhantes performances de jogadores que deveriam
ser considerados heróis. Essas performances podem ser encontradas em todos os
cinco principais períodos cronológicos que tal história pode ser dividida:
Os primeiros anos,
1887-1909.
Os primeiros jogadores a se consagrarem heróis
em Bourda são raramente lembrados. Os dois primeiros foram os guianenses Edward
Wright e Hampden King que, além de ótimos batedores, eram também excelentes
penetrative pace bowlers (jogadores responsáveis por passar a bola aos
batedores). A participação deles nos jogos era sempre decisiva, o que
levou a Guiana Britânica a ganhar o torneio regional intercolonial pela primeira
vez em 1895 contra Trinidade e Barbados, em Bourda.
O terceiro herói
desse período foi o capitão de Trinidade e excelente batedor de meio,
Betle Harragin. Suas batidas de 73 e 53 em 1901 e um cento (123) em 1907,
fizeram com que seu time derrotasse a Guiana Britânica por 75 corridas e
nove wickets em dois jogos em Bourda.
Esses anos do
críquete em Bourda foram seguidos por um período dominado, em sua maior parte,
por um único homem: Cyril Rutherford Browne.
A era Browne,
1910-1939
Browne, de
Barbados por nascimento, era um batedor rápido, tendo o lançamento de bolas
baixas como uma de suas características mais fortes. Browne é lembrado
como o jogador mais rápido quando jogou contra a Inglaterra em Fevereiro de
1930, no primeiro teste jogado em Bourda. Ele alcançou 50 nós em apenas
34 minutos, um dos mais rápidos meio-centos de um Indiano Ocidental no
teste críquete.
A era Browne nos
deu, pelo menos, dois outros heróis em Bourda: o batedor de meia-ordem,
guianense Peter Bayley, e Chatterpaul Persaud. Numa partida contra Barbados, em
1937, Bayley (268) e Persaud (174) dividiram um recorde de quarta parceria em
wickets de 381 corridas.
O durante e o pós-II
Guerra, 1939-1955
Partidas no estádio em Bourda durante, e
imediatamente após, a II Guerra Mundial se destacam, acima de tudo, pela
atrativa produtividade e estilo do batedor de meia-ordem guianense Robert
Christiani, o mais respeitado jogador de cricket do País até sua aposentadoria
em 1954. Christiani pontuou três centos em Bourda; 128 e 149 contra Barbados em
1944 e 1946 e 181, sua maior pontuação de primeira classe, contra a Jamaica em
1947.
No começo dos anos
1950, dois outros batedores guianenses se destacaram, os abridores Leslie Wright
e Glendon Gibbs, pontuaram três centos nos jogos intercoloniais.
A era pré- e
pós-independência, 1956-1975
Esses anos foram importantíssimos para o
críquete na Guiana por causa de três fatores principais: primeiro, o País
recuperou prestígio no cricket regional novamente – fato que não ocorria desde
1937; segundo, pela primeira vez Berbice passou a ser uma potência do cricket
nacional; e terceiro, a Guiana Britânica começou a colaborar com o cricket das
Índias Ocidentais.
Tais progressos
estão intimamente ligados com a aparição, na segunda metade dos anos 1950, de
quatro jogadores considerados heróis de Bourda: o girador, Lance Gibbs, e os três batedores de
Berbice, Rohan Kanhai, Basil Butcher e Joe Solomon. A
contribuição dada por eles foi estendida com o advento, nos anos 1960 e começo
dos 1970, de três outros heróis: o batedor canhoto Clive Lloyd, Roy Fredericks e
Alvin Kallicharran.
O
batedor guianense de maior sucesso dessa época foi Butcher, que conseguiu marcar
sete centos em Bourda, dois a mais que Solomon, Fredericks e Kanhai. Seus
feitos, no entanto, foram superados por Garfield Sobers, o mais renomado batedor
em Bourda entre 1956 e 1975. Nesse período, ele pontuou sete
centos, dois em jogos
intercoloniais e cinco em testes, incluindo um cento em dois tempos (125 e 109
nós) in a teste contra o Paquistão
em 1958. Sobers possui o recorde pelo maior número de corridas e séculos em
testes de Bourda (853 corridas, 94,77 em média).
Os últimos trinta anos,
1975-2005
Houve vários
jogadores heróicos em Bourda nesse período.
Entre eles estão os
feitos de dois giradores guianenses, Clyde Butts e Roger Harper. Em jogos
intercoloniais, Butts teve a melhor performance de tempo,
7
para 40 contra Trinidade e
Tobago em 1993, enquanto Harper obteve a melhor
análise de jogo, 11 por 102 contra Barbados em 1984. Por cinco vezes em partidas
em Bourda, nos anos 1980, Butts capturou pelo menos cinco wickets em um
tempo.
Em tempos recentes,
os principais heróis de Bourda têm sido as duas estrelas locais: Carl Hooper e
Shivnarine Chanderpaul. Hooper é famoso por resultados que contribuíram
imensamente para o sucesso da Guiana. Particularmente impressionante, foram suas
façanhas no torneio regional de 2001 quando marcou 954 corridas, incluindo
quarto centos e quarto de cinqüenta,
em
12 tempos em uma média de 95,40 corridas em um tempo, pegando 11 arremessos e
capturando 25 wickets de 25,42 corridas cada.
A
aclamação
de
Chanderpaul tem sido, principalmente, por causa de sua produção como batedor em
testes onde tem feito
vários centos. Em 1998, por exemplo, ele marcou 118 contra a Inglaterra, o
primeiro teste de centos marcado por um guianense em Bourda em 25 anos.
O mais memorável tempo de
Chanderpaul em Bourda, entretanto, é um incaracteristicamente agressivo contra a
Austrália no dia inicial do teste de uma série de 2003. Ele fez apenas 69
entregas, no terceiro teste mais rápido de centos que já se fez em termos de
bolas batidas.
Em
resumo, a famosa arena de cricket do estádio em Bourda teve e continuará a ter
heróis em sua história. Por sua reputação como o paraíso dos batedores,
não é surpresa que a maioria de seus heróis sejam batedores. No entanto,
o número relativamente pequeno de jogadores que tinham como função repassar a
bola para os batedores é bem mais louvável.
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